PROSTATECTOMIA RADICAL
Este procedimento é tratamento padrão para o câncer de próstata. Faz-se uma incisão um pouco abaixo do umbigo e é realizada retirada da próstata, vesículas seminais, pequena parte da uretra e de linfonodos (“ínguas”) localizados lateralmente à pelve.
Não se retira somente parte da próstata, pois geralmente o tumor afeta várias regiões deste órgão (não demonstrado na biópsia), havendo, assim, alto risco de não extrair todo o tumor.
Fig. 1 – Desenho demonstrando quais os órgãos são retirados durante cirurgia e o aspecto após o procedimento.
A anestesia comumente utilizada é a geral associada à peridural ou raquianestesia. O paciente sai do centro cirúrgico com uma sonda vesical (pela uretra) e um dreno abdominal para não acumular líquidos. O dreno geralmente é retirado dois dias após a cirurgia. O tempo de internação médio é de 3 dias. A sonda deve permanecer de 7 a 10 dias para facilitar e moldar a cicatrização dos pontos que ligam a bexiga à uretra.
Fig. 2 - Tamanho da incisão que pode ser realizada para a cirurgia (acervo pessoal). À esquerda, observa-se um dreno abdominal.
Após a retirada da sonda, em poucas semanas o paciente retornará suas atividades, sendo avaliado caso a caso.
Há algumas complicações que devem ser citadas. As principais são: hemorragia, incontinência urinária, impotência sexual e estreitamente da uretra.
O sangramento apesar de significativo, raramente leva a um grau de anemia que necessite de transfusões.
A incontinência urinária pode afetar até 8% dos pacientes. Há recuperação da continência ao longo dos anos e há tratamentos clínicos e cirúrgicos que podem reverter essa situação.
A impotência sexual atinge 58% dos doentes operados após 3 meses da cirurgia, 51% após 6 meses e 27% após 1 ano do procedimento. Estes dados variam conforme a idade e potência sexual prévia à cirurgia. As pessoas que não recuperam espontaneamente podem ter boa resposta com uso de medicações (orais ou injetáveis).